A droga existe desde o inicio da humanidade. Não sabemos exatamente por que a humanidade se droga, mas sabemos que muitos são os motivos que podem levar o homem a experimentar a droga, em algum momento da sua vida.
Desde que nasce, o homem estabelece relações de dependência com pessoas, situações e objetos. Algumas são inofensivas e importantes para o desenvolvimento biopsicossocial , enquanto outras, dependendo de sua natureza, poderão se tornar perigosas, prejudicando-o.
Na relação homem-droga, o que vemos, entre outras coisas, é que a irritabilidade, as frustrações, a carência afetiva presentes na rotina diária do ser humano podem gerar depressão e ansiedade insuportáveis, que o levam a buscar alivio em um ato tóxico.
Esta atitude, que pode ser ate um ato de rebeldia, que provoca alteração na percepção do seu mundo externo e do funcionamento do seu corpo, é um prazer transitório que não resolve os problemas, mas pode agrava los; não os faz crescer; mas pode torna lo, num espaço de tempo impossível de se quantificar, submisso ao produto e ao efeito.
Não se pode negar a importância dos elementos psicológicos na origem das adições. A fragilidade egoica não permite ao individuo lidar com ansiedade, a impulsividade, a agressividade, a angustia da espera, a frustração. A pouca disponibilidade de recursos internos para elaborar seus conflitos leva o individuo a esquivar se de seus problemas emocionais (fuga da realidade).
Na tentativa de responder aos porquês da dependência as drogas, foram elaboradas algumas formulações psicológicas: Um modelo sugere que a droga é um sintoma de conflitos subjacentes ou de uma personalidade previamente vulnerável. Outra abordagem destaca as condições ambientais, nas quais o individuo se desenvolve, que pode iniciar ou manter o comportamento de consumir drogas.
Alguns estudos enfatizam que a dependência é uma doença da família.
Não se pode afirmar que exista uma causa única para a dependência ou uma personalidade típica do dependente. O que existe são traços que, do ponto de vista psicologico, podem tornar o individuo mais vulnerável a droga.
Para definir o recurso terapêutico que melhor atenda ao individuo e sua família, considerando se que a dependência tem conseqüências extremamente destrutivas em nível familiar, social, afetivo e de saúde, é importante solicitar esclarecimentos de ambas as partes dos problemas de vida relacionados a droga.
Outro aspecto a se considerar são os fatores familiares e do meio, facilitadores ou não do uso, a reação frente a proposta de abstinência total, que deve ser enfatizada desde o primeiro contato, as expectativas do individuo e da família em relação ao tratamento, e também a disponibilidade para mudar um estilo de vida.
Na maioria das vezes são as pessoas ligadas ao dependente, familiar ou amigos, que buscam ajuda, orientação para sensibiliza lo a aceitar o tratamento. Sabe se que o próprio dependente no tem essa iniciativa, na maioria das vezes, porque tratar se significaria sair do mundo da fantasia, deixar de esconder se atrás do efeito mágico das drogas. Significa também assumir a si e a sua própria realidade, enfrentar o mundo ao redor e aceitar as exigências no sentido de assumir as conseqüências das próprias atitudes, um novo sentido a sua vida.
Na abordagem do dependente, alem de investigar sua historia de vida, já no primeiro contato deve ser ressaltada a importância da abstinência total, observando os fatores de risco e de proteção quanto ao uso de drogas no ambiente em que se vive, as expectativas sobre o tratamento, se são realistas ou fantasiosas ao ponto de comprometer o resultado da proposta terapêutica e a sua disponibilidade pessoal ou não para mudanças no estilo de vida.
Fonte: Dra Rozines AP. Lourenço