Alguém muito próximo a você, na sua família ou entre seus amigos está usando drogas ou abusando do álcool. Você quer ajudar, mas antes precisa conhecer melhor sobre como agir.
ENTENDER A DEPENDÊNCIA PARA PODER AJUDAR
Este é logicamente o primeiro passo. Antes de se poder ajudar alguém que está dominado pelo vício em drogas ou álcool é preciso entender a natureza da dependência. Existem muitas explicações para descrever o que é porque afeta o ser humano, mas nenhuma das explicações é completa. Você já deve ter ouvido falar na teoria da “doença”, que descreve razoavelmente o que acontece no campo biológico. Por exemplo, mesmo dependentes químicos ou alcoólatras que ficaram afastados do vício durante décadas podem recair e voltar ao antigo hábito em questão de dias.
A dependência pode afetar potencialmente a qualquer um, inclusive quem:
– Não tem predisposição genética aparente para a dependência ou alcoolismo
– Tem pouco risco relacionado ao ambiente
– Não tem problemas morais
Mesmo que você não acredite na explicação que classifica o vício como doença, conhecer melhor seus argumentos ensina a ajudar quem está lidando com um dependente químico ou alcoólico.
BUSQUE AJUDA PARA SI MESMO PARA PODER AJUDAR AO DEPENDENTE
Nós podemos não controlar um dependente de drogas ou álcool, mas podemos controlar o nosso próprio comportamento, inclusive como podemos nos relacionar com um dependente que está sofrendo. A melhor coisa que você pode fazer, se quiser ajudar alguém na sua vida que está com essa problema, é procurar uma reunião de apoio dos Alcóolicos Anônimos ou Dependentes Anônimos. São pessoas que podem ouvir sobre a sua situação e dar o melhor conselho, sobre como lidar com o problema. Educar a si próprio sobre como colocar limites nessa ação é uma das coisas mais importantes que você pode fazer.
ESTABELECER LIMITES PARA LIDAR COM O DEPENDENTE
Um exemplo de limite a ser obedecido é dizer ao seu amigo ou parente que você prefere não estar por perto quando ele estiver alto ou alcoolizado. Essa é uma mensagem específica, que deve ficar clara. Colocar um limite como esse é difícil, quando não se quer ferir os sentimentos do outro. Mas é a maneira de evitar que você fique doente, se preocupando mais com os sentimentos da outra pessoa do que o seu próprio bem-estar. Esse limite mostra que o bem estar pessoal vem primeiro e é um exemplo de como viver, demonstrando ao outro que você está no controle da sua própria vida, valorizando a sua sanidade, ao invés de se envolver nos problemas de alguém que luta contra a dependência. É uma distância crucial que você precisa aprender quando pretende ajudar na recuperação de um viciado em drogas.
CONFRONTANDO O DEPENDENTE
Todas as vezes que você tentar se aproximar ou falar com um dependente a respeito da possibilidade de ajudá-lo, está é uma intervenção informal, que talvez possa parecer não muito eficiente se comparada com uma intervenção formal e profissional. Apesar disto, ela pode ser muito efetiva. Frequentemente, uma conversa com um membro da família é decisiva para uma mudança na vida do dependente, quando ela ocorre no momento certo. Isto não quer dizer que se deve ficar insistentemente repetindo para o dependente que ele deve se livrar das drogas ou ficar sóbrio. Uma abordagem assim direta não funciona. Mas nunca se deve desistir de dar esperança a ele, através de outras formas de mensagem, que deixem claro que a ajuda sempre vai estar disponível, quando e se ele a quiser.
DICAS
Algumas dicas podem ajudar a tornar mais fácil a tarefa de ajudar aos dependentes químicos ou de álcool que estão na sua vida:
- Não faça coisas que eles podem fazer por si próprios.
- Não corra para salvá-los das consequências naturais dos seus atos.
- Não encubra seus erros ou situações embaraçosas.
- Não socorra em uma crise financeira.
- Não tente “consertá-los”.
- Abandone toda culpa que você possa ter a respeito.
Não se trata de negar suas emoções, mas controlar a intensidade dos sentimentos, focalizando nos aspectos positivos da situação.
QUANDO O DEPENDENTE É SEU FILHO OU FILHA
Quando se trata de um filho ou filha, o mais frequente é que simplesmente não conseguirmos assumir as atitudes que conseguimos ter com outras pessoas que estão com os mesmos problemas. O sentimento mais comum dos pais é de infelicidade, principalmente quando o uso de drogas está levando os filhos a um caos na vida pessoal, com a perda de emprego, casamento, etc.
Quem aconselha sobre o que fazer para lidar com a dor e a ansiedade desses casos é Deepak Chopra, médico e autor de mais de 50 livros sobre saúde, sucesso, relacionamentos e espiritualidade.
Ele diz que a culpa, a ansiedade e a frustração de não conseguir ajudar aos filhos está ligada, em termos espirituais, à questão do apego. O apego faz com que você se torne obcecado pela vida de seus filhos, faz com que as dores deles pareçam ser suas, perdem-se as fronteiras entre o que é seu e o que é deles. Para superar essa condição é preciso percorrer um processo que envolve os seguintes passos:
- Veja que este apego não é positivo e não ajuda a ninguém. O melhor terapeuta é aquele que não se apega, mas procura até se desapegar. É o que dá claridade e objetividade e possibilita que a suas habilidades possam ser usadas mais efetivamente.
- Veja que seu apego está lhe fazendo mal. Apesar de você se sentir muito próximo de seus filhos, a vida mais próxima a você é a sua própria vida. Sacrificar boa parte dela ao sofrimento é destrutivo. Você precisa dar valor a si próprio o suficiente para desejar uma vida boa. A partir de seu bem estar você vai poder oferecer mais a quem precisa, e não menos.
- Rejeite falsas esperanças e o constante apelo a “soluções” que não funcionam e que seus filhos sempre rejeitam. Se eles dizem não, seja adulto para aceitar que não significa não.
- Cure suas feridas. Muitos viciados em drogas perderam a condição de cuidar de quem está à sua volta. Eles estão habituados a ferir, rejeitar, trair, manter segredos e a não ter fé. A doença age dessa forma, mas todo o comportamento negativo fere a você. Não permita que a culpa o transforme em um saco de pancadas ou um capacho. Trate a sua dor.
- Preencha sua necessidade de relacionamento. Se você tem um marido ou esposa, se ainda é casado, reconstrua as pontes com o seu companheiro. Este não é um caminho para se percorrer sozinho. Compreenda que os filhos não oferecem o relacionamento primordial, mesmo que você só tenha a eles, ainda assim não constituem seu relacionamento primordial, porque não estão ligados a você no final das contas. Encontre alguém para se relacionar que realmente se importe com você.
- Encontre uma crença para seguir. A sua visão pode ser uma ilusão, apoiada na falsa noção de que se você conseguir encontrar a chave certa vai resolver a vida de seus filhos. Entretanto, os pais não conseguem resolver a vida dos filhos depois que eles crescem o que não quer dizer que tenham falhado. É preciso que os pais encontrem um objetivo na vida para preencher o espaço onde agora reside a ansiedade e a culpa.
Se você seguir estes passos seriamente, você vai encontrar o caminho para realizar-se em sua própria vida, saindo das tendências destrutivas que nela se estabeleceram. Nunca é tarde demais para encontrar-se a si próprio.
fonte: tratamentodrogas.com