Cerca de 140 milhões de pessoas, no mundo todo, são alcoolistas. A estimativa é da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao contrário das drogas ilícitas, o álcool é socialmente aceito e comercializado livremente, o que facilita o acesso e a consequente dependência física e psicológica. Apesar da proibição da venda para menores de 18 anos, adolescentes frequentam baladas regadas a álcool e outras drogas. Este problema de saúde pública vem se agravando ano a ano.
O alcoolismo é uma doença crônica, que pode destruir a vida do dependente químico se não for tratada a tempo. Além disso, causa outros problemas graves de saúde como a cirrose, tumores malignos e psicose. Está associado à maior parte dos acidentes de trânsito e os inúmeros casos de violência doméstica.
A fase de adaptação corresponde ao primeiro contato com a bebida alcoólica. Depois vem a fase da tolerância ao álcool, quando o sistema nervoso central começa a adaptar-se a quantidades maiores da droga. A síndrome de abstinência é o terceiro estágio da evolução do alcoolismo. Para não sofrer os efeitos da abstinência, o alcoolista continua consumindo bebidas alcoólicas. Algumas pessoas chegam ao ponto de ingerir qualquer substância como álcool etílico, desodorante, perfume e a própria urina.
Antes de iniciar o tratamento para o alcoolismo, é necessário fazer uma avaliação médica completa. É fundamental diagnosticar todos os problemas de saúde causados pelo uso compulsivo de bebida alcoólica, inclusive quadros de ansiedade e depressão, os quais podem ser “gatilhos” para recaídas futuras. Dependendo do grau de dependência alcoólica, a internação do alcoolista em clínica regulamentada é necessária para dar início ao tratamento. Há três tipos de internação: voluntária, involuntária ou compulsória.
Internação Voluntária
Quando o alcoolista compreende que precisa de tratamento, a internação é voluntária. Não há necessidade de autorização judicial para fazer a internação do paciente. O alcoolista está consciente sobre a doença e decide pela internação para iniciar o tratamento contra o alcoolismo.
Internação Involuntária
Para este procedimento, a família recorre à internação do alcoolista, em clínica regulamentada. Com o laudo médico em mãos, a família do paciente comunica a decisão ao Ministério Público. A internação involuntária é realizada quando o alcoolista não aceita o tratamento, mesmo quando a dependência está avançada, causando-lhe outros problemas de saúde e a vida em risco.
Internação Compulsória
Neste caso, quem solicita a internação compulsória é o poder judiciário. Isto ocorre quando o alcoolista coloca a própria vida e a de outras pessoas em risco. A internação compulsória também exige o laudo médico.
Alcoolismo: desintoxicação e reabilitação
A desintoxicação é a primeira etapa do tratamento do alcoolismo. É realizada sob supervisão médica e objetiva eliminar os efeitos agudos da crise de abstinência ao álcool. Em alguns casos, é necessário uso de medicação. Como a desintoxicação só trata os sintomas da abstinência, o paciente precisar dar continuidade ao tratamento.
Após o controle dos sintomas da abstinência alcoólica, o paciente inicia o processo de reabilitação para aprender a viver sem o consumo de álcool. A reabilitação envolve a terapia de grupo ou a participação em grupos de autoajuda, como os Alcoólicos Anônimos, que auxiliam o paciente a manter a sobriedade.
O apoio familiar e a integração em uma rede social formada por pessoas que não consomem bebidas alcoólicas, são essenciais para a recuperação do alcoolista. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais rápido será a recuperação do paciente. Em uma clínica de internação para dependentes químicos, o alcoolista receberá assistência integral para superar a abstinência e aprender a viver sem o consumo de bebidas alcoólicas.
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