O uso de drogas e suas consequências é um dos problemas que mais afligem as famílias nos tempos atuais. Mas, apesar disso, esse não é um assunto que costuma ser debatido em profundidade e a falta informações deixam os pais extremamente inseguros quando se deparam com esse problema na família.
O dependente químico normalmente é visto como uma pessoa fraca, sem força de vontade e bom senso. E o problema, quase sempre é tratado como um caso de indisciplina e até de polícia. As famílias, sem a orientação adequada e por temer o preconceito, esforçam-se para resolver a situação usando uma abordagem ineficiente.
Não adianta esconder o problema. Fingir que ela não existe não vai eliminar a dependência e os males que acarreta. O primeiro passo é se informar. Saber o que é a dependência física, quais são as suas principais características e como ela afeta o indivíduo é fundamental para orientar as ações.
O que é a dependência química?
A dependência química não é falta de caráter ou desvio de comportamento. É uma doença que caracteriza-se por alterações cognitivas e comportamentais e sintomas fisiológicos, que se manifestam após o uso repetido do álcool e de outras drogas. Por alterar o comportamento do indivíduo, a doença traz uma série de complicações para o mesmo e para as pessoas do seu convívio.
As causas da dependência química são complexas e envolve uma série de fatores: genéticos, psicossociais e ambientais. Muitas vezes a pessoa começa fazer uso de drogas por curiosidade ou por pressão do grupo social. Dificuldades em lidar com os problemas, perdas, tristezas e até mesmo o sucesso também podem levar a pessoa ao alcoolismo, ao consumo de maconha e daí para as drogas mais pesadas.
Enquanto algumas pessoas são capazes de fazer uso ocasional de álcool, sem desenvolver a dependência, para outras, bastam os primeiros goles para que percam totalmente o controle. Isso pode ser explicado pela predisposição genética que algumas pessoas têm de desenvolver a dependência química.
A dependência química é incurável ou seja, não existe um tratamento capaz de eliminar a doença do organismo. Mas, ela é passível de controle, desde que seja feito um acompanhamento constante do paciente.
A dependência química é progressiva, tende a piorar os sintomas no decorrer do tempo. A pessoa passa a necessitar de doses cada vezes maiores ou de substâncias cada vez mais nocivas.
A dependência física é fatal, pois os danos causados ao organismo são inúmeros e podem resultar em doenças pulmonares (enfisemas), do coração, dos rins e do cérebro. O dependente costuma adotar comportamentos de riscos que o levam a contrair doenças venéreas e AIDS. O uso de drogas costuma levar o indivíduo a se envolver com o crime (roubos, assaltos, etc) o que resulta em mortes violentas e precoces.
A dependência química é uma doença complexa e, como toda doença, exige um tratamento especializado. Esse tratamento pode incluir internações em clínicas especializadas, diferentes tipos de terapias e até uso de medicamentos. O tratamento adequado é capaz de estacionar a doença, fazendo com que o paciente possa conviver em sociedade e ter uma vida produtiva.
Fonte:Viver Sem Drogas