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Clinica Reencontro

COCAÍNA E CRACK: UMA DUPLA MORTAL

A cocaína ganhou muito espaço entre os dependentes químicos em virtude do baixo custo, aumento da oferta e diversificação nas vias de administração. No Brasil, entre 1988 e 1999, a cocaína teve seu consumo aumentado em 475%. Segundo as pesquisas, apenas no Rio e em Recife não se verificou tal aumento. 2% dos brasileiros usam cocaína, ao passo que 0,7% faz uso do crack, sendo a maior concentração nas regiões Sul e Sudeste, com predominância masculina.

A cocaína pode ser em pó (cheirada), crack (fumada) ou mesmo consumida de maneira injetável ou oral (mascada). Quanto mais rápido o início dos efeitos e mais forte a intensidade, maior a probabilidade de dependência.

Na maneira mascada, ela demora mais de uma hora para ser absorvida. Na forma aspirada, o pico ocorre entre 30 e 60 minutos. Quando injetada, os efeitos são imediatos (cerca de 30 a 60 segundos). A forma fumada tem os efeitos gerados em segundos, durando entre 5 e 10 minutos. É válido dizer que, quando consumida a droga por gestante, o nível da substância no bebê é semelhante ao da mãe.

Na farmacologia, a cocaína tem três tipos efeito:

– Efeito anestésico

– Efeito cardiovascular (taquicardia e aumento da pressão arterial, além de arritmia e ataque cardíaco)

– Efeito sobre o sistema nervoso central (dor de cabeça, perda de consciência temporária, convulsões e morte)

 

Além desses, existem os efeitos psicoativos, quais sejam: euforia, exaltação da energia e da libido, diminuição do apetite, exacerbação do estado de alerta e aumento da autoconfiança. Estes efeitos, porém, favorecem a dependência, pois causam no indivíduo sensações positivas. Todavia, esses mesmos efeitos podem se transformar em irritabilidade, inquietude e confusão.

Com o uso crônico, três fenômenos podem ser observados:

  • Tolerância: necessidade de doses cada vez maiores;
  • Sensibilização: exarcebação da atividade motora e dos comportamentos estereotipados;
  • Kidling: ocorrência de convulsões.

 

Não se deve esquecer da overdose, caracterizada pelo consumo de uma dose alta que gera falência de um ou mais órgãos. Ela tem duas fases: a primeira de excitação, com dores de cabeça, náusea, vômito e convulsões; e a segunda com a perda de consciência, depressão respiratória e falha cardíaca, levando à morte.

O uso da droga também leva a complicações psiquiátricas, como prejuízos da capacidade de julgamento, memória e controle do pensamento, além de manifestações psicóticas, como alucinações e delírio. Também entram nesse quadro o estado de insônia, ansiedade e depressão. Tudo isso afeta, inclusive, a vida social do indivíduo; ele deixa de participar da vida em sociedade, adquire comportamento violento e tendências criminosas, entre outros aspectos.

Quando cessado o uso, o dependente evolui para quadros de síndrome de abstinência, dividida em:

  • Crash: redução do humor e energia, com momentos de fadiga, depressão, ansiedade e paranoia, além de hipersonolência;
  • Abstinência: recaídas são comuns nessa fase, que dura de 2 até 12 semanas, com forte quadro de craving (fissura), como também alterações psicomotoras;
  • Extinção: resolução completa dos sinais e sintomas físicos; o craving, porém, pode aparecer eventualmente.

 

Dentre as principais comorbidades desenvolvidas com o uso, estão os transtornos afetivos, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade, esquizofrenia, transtornos do déficit de atenção e hiperatividade.

O tratamento pode ser feito de maneira emergencial dos quadros agudos associados à cocaína (sedativos benzodiazepínicos, neurolépticos, diazepam e tiamina) ou com farmacologia, utilizando-se agentes antipsicóticos, agentes antiepilépticos e vacina de cocaína (TA-CD).

fonte: grupo recanto

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